sábado, 6 de fevereiro de 2010

Minha maior paixão, minha grande certeza

Estava aqui pensando há quanto tempo não falo de uma das minhas maiores paixões...
No ano de 2000 o professor Eduardo, de educação física, durante uma das reuniões de pais e mestres parou eu e minha mãe, segurou no braço dela, apontou pra mim e disse “quero essa menina pra mim!”. Achamos aquilo estranho a princípio, mas depois fui descobrir que além de professor de educação física ele era técnico da seleção de basquete do colégio!
Naquela época eu fazia o tal do CID, cujo significado não me lembro, mas ele consistia numa espécie de escolinha de esportes, você optava por fazer as segundas e quartas feiras handball e futebol ou então basquete e vôlei. Eu, logicamente pelo meu pequeno tamanho, fui para o de basquete e vôlei! Desengonçada era apelido, meu Deus eu era pior que uma pata pra correr! E pra arremessar então, nem se fale... Vergonhoso! Pra ajudar naquela época eu não era uma criança muito popular, digamos, eu era meio que sem amigos mesmo, me sentia uma estranha naquela merda de CID, então eu já estava decidindo parar, até que aconteceu aquilo que eu disse no começo do texto, mudando o rumo da minha vida. Comecei a treinar com a seleção do colégio, as meninas a meu ver jogavam super bem e eu nunca faria o que elas faziam e o que mais e fascinava era quando elas passavam a bola entre as pernas e os arremessos de três, ficava maravilhada! Enquanto eu as admirava o Edu tinha que se preocupar se eu não iria cair batendo aquela bola estranha, se eu não quebraria a tabela ou então se não derrubaria alguém com meu sutil tamanho! Uma delas me chamava mais atenção do que todas as outras, a Mariana. Nossa nunca vou me esquecer como eu falava dela para minha mãe, “um dia quero jogar como essa menina mãe!”, se você ler esse texto saiba que foi uma das minhas grandes referências! Bom, voltando ao começo dos treinos, aquele técnico era (continua sendo!) incrível, ele não desistiu de mim quando tudo levava a uma desistência imediata! Ele me ensinou a bater bola, fez horas e mais horas de molde de arremesso comigo, pegou no meu pé por causa da defesa e me fez entender a importância desta, me ensinou o tão almejado lance livre e que não poderia errá-lo em jogos... Graças ao Edu eu passei da grandalhona desengonçada que tinha as meninas mais velhas como exemplo para a Pivô do Dante, cestinha de maioria dos jogos e referência para as menores que entravam na seleção do colégio! Meu primeiro técnico, meu querido técnico! Com o destaque que eu vinha tendo nos jogos pelo colégio alguns times federados começaram a me chamar pra jogar... O primeiro que fui visitar foi o clube da Janeth, mas era muito longe e eu ainda não tinha a tal vontade de jogar basquete ‘profissional’, isso foi em 2004, em 2005 fui jogar no ECP - Esporte Clube Pinheiros, lá não cheguei a federar, mas treinava e jogava com o time federado uma categoria a cima. De lá só me lembro da técnica, a Márcia. Uma mãezona, um amor de pessoa e super dedicada. Das meninas não me lembro o nome de ninguém, afinal não fui bem recebida lá, exatamente por isso em 2006 fui para o Finasa. Vocês acreditam que a Fernandinha, grande técnica inclusive, que me via jogando pelo colégio me colocava em todas as listas para convocação como ‘a pivô do Dante’? Pois é, naquele ano entrei para o Infantil do Finasa, onde aprendi outra grande parte do que sei. Minha técnica era a Rosana, hoje em dia mais conhecida como Rose, depois que eu a apelidei assim! No começo não gostava dela, chegava reclamando ou chorando todo dia em casa porque ela era muito brava, muito grossa e na minha cabeça não gostava de mim! Jamais imaginei que ela se tornaria essa grande peça em minha vida, de tamanha importância e consideração! Hoje em dia a tenho como minha mãe do basquete, assim como o Edu tem o lugar de meu pai nesse esporte que hoje é minha razão de viver. Daquele time sim eu trago lembranças, e quantas lembranças! Primeiramente foi o único time em que conquistei uma medalha pela federação, segundo lugar no Estadual, mesmo eu não tenho participado de praticamente nada o ano inteiro contribui da minha maneira fora de quadra! Quem estava lá comigo? Aquelas meninas sim, me lembro de todas: Ana, Carina, Camila, Natalia, Daiane, Fernanda, Talita, Ludmila, Mônica, Leidy, Stephanie e eu! Como sempre disse o time dos sonhos, aquele foi e sempre será meu “dream team”... Bom, em 2007 o sonho chegou ao fim após o corte mais dramático de todos, cada uma pro seu lado, mas pra sempre ficarão aquelas lembranças, lindas lembranças! Voltando ao início de 2007, surgiu o dilema da escolha de onde jogar, enfim fui para o São Bernardo. Sinceramente? Não vou dizer que foi o pior, pois seria exagero, mas não passou nem perto de ser um dos melhores anos da minha vida! Sinto necessidade de compartilhar minha indignação com aquele ser imbecil que colocaram para exercer o papel de treinadora. Desculpem-me o vocabulário mas PUTA QUE PARIU o mulherzinha ruim! Até eu, que não sou formada em educação física, seria uma técnica melhor do que ela! A única coisa que aquela incompetente sabia fazer era passar treino de arremesso e coletivo, imbecil, é isso que ela é imbecil! Passado meu momento de fúria e revolta prefiro não dedicar mais muitas linhas do meu texto aquele time, e das meninas me lembro de algumas sim, mas também não vejo necessidade em citar seus nomes aqui, o que me sustentou durante aquele ano foi a companhia da Daiane, que infelizmente deixou o time no meio do ano, e da Fernanda. Se não fosse por elas, provavelmente teria surtado! O ano passou; praticamente se arrastou e entramos em 2008, esse sim foi mais um ano bom pra mim no basquete! Fui jogar no COTP – Centro Olímpico. Lá conheci meninas maravilhosas também, me acolheram muitíssimo bem e logo fiz amizades. A comissão técnica de alta qualidade, mesmo parecendo que a Vânia (minha técnica na época) não gostava muito de mim, vocês devem notar que eu tenho certo problema com as minhas técnicas, ela me ensinou muitas coisas, pegou bastante no meu pé, me fazendo evoluir em diversos aspectos e depositou confiança em mim quando necessário. Quem jogou comigo lá? Bom, como havia um tal de ‘completar’ o time com meninas da categoria mais nova, não farei distinção entre elas, ai vai: Tamara, Thalita, Marjorie, Thais, Jéssica, Carol, Amanda, Nicolle, Fabiana, Martha, Anna, Gabi, Rafaela, Veruska, Larissa, Raquel e eu! Com certeza desse time e desse ano tenho inúmeras boas recordações! Junto com o termino de 2008 veio pra mim o termino do ensino médio, sim acabou o colégio! “E agora o que fazer?” essa pergunta ficou martelando permanentemente na minha cabeça. A princípio eu abriria mão dos estudos pra continuar jogando e me dedicando a isso, mas lembrei-me das sabias palavras que um dia a Rose me disse “o basquete nunca tem que andar a frente dos estudos, e sim ao lado.”, influenciada por essas palavras eu decidi prestar vestibular, Publicidade e propaganda Mackenzie. Mais uma vez a Rose presente na minha vida, ela conhecia a técnica do time de comunicação, time que eu defenderia cursando publicidade. Fui indicada à técnica e lá fui eu, em 2009 entrando pro time de Comunicação e Artes Mackenzie, mais conhecido como Tubarão. Sabe o que foi pra mim a entrada nesse time? O encontro com a felicidade, sem dúvida alguma! Todas as vitórias e medalhas contribuíram demais pra isso, mas o melhor de tudo, que nada nem ninguém paga é o reconhecimento de todo seu esforço, é ver que suas companheiras de time e seu técnico realmente valorizam sua presença em quadra e fazem questão dela! Não sei se me entenderão, mas ver o meu time se adaptar para jogar com um pivô, ou seja, arrumar o jogo pra fazer jogadas comigo, foi o melhor presente que eu poderia receber depois de anos me dedicando a aprender sempre mais e mais! Agora vou contar um pouquinho sobre as medalhas... Nesse primeiro ano defendendo o TUBA eu fui campeã o JUCA – Jogos Universitários de Comunicação e Artes, vice-campeã da chave prata da Copa Paulista, campeã do Intermack e da Olimack, o que isso significa? Temos o melhor time de basquete feminino do Mackenzie! Junto com tudo isso veio a convocação para a LIGA Mackenzie, que seria uma espécie de ‘seleção da faculdade’. Com a liga disputei apenas um campeonato, mas foi ANIMAL! Fomos para o Rio Grande do Sul disputar a Copa UNISINOS, um campeonato que abrange o Mercosul. Voltamos de lá com a medalha de bronze e com muitas histórias!

Quando entro em uma quadra de basquete esqueço todo e qualquer problema que se passe em minha vida, aquelas quatro linhas me protegem de todo e qualquer mal. As cinco meninas que compõe um time, aqueles cinco corações batem juntos no mesmo ritmo, com o mesmo objetivo! Cada passe, cada arremesso, cada defesa vai construindo uma história, história que é única, cada jogo tem a sua. A bola gira e sobe lentamente em direção a cesta, com ela leva meu coração, meus sentimentos. Não há lugar algum no mundo que sou mais eu, que sou mais feliz e me sinto mais completa do que numa quadra de basquete. “Há quem chame de basquete, eu chamo de estilo de vida!”.

Bom, contei aqui toda minha experiência com o basquete, esse esporte maravilhoso que me proporcionou momentos incríveis e inesquecíveis; que me levou a conhecer pessoas que levarei comigo por toda minha vida; que me mostrou a diferença que o esporte pode fazer na vida de alguém. Além das muitas medalhas que eu já ganhei, ganhei jóias que foram as amizades que ficaram e as que ainda estão por vir. Meus técnicos me ensinaram muito na arte de jogar, mas me ensinaram ainda mais na arte de viver!

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